Pela mão de Teresa Cortez estamos perante um motivo que consideramos especial, uma temática que abordamos com muito gosto – o mural em azulejo. Ela é, indiscutivelmente, uma forma singular de expressão, uma forma que se diferencia, inclusive, no próprio processo de execução, que consideramos de constante criatividade: peça por peça, azulejo por azulejo, a criação acontece sempre marcada pela diferença, num processo realmente avesso a qualquer normalização ou reprodução simples, em conclusão, nenhuma das peças fabricadas é exactamente igual. O azulejo submete-se a todo um processo de produção artístico que está associado, inevitavelmente, à multiplicidade das suas variáveis: umas, mais dependentes do autor (o traço, o moldar, os valores cromáticos pintados e os tempos de cozedura), outras, mais dificilmente controláveis (reacções dos materiais aos diferentes valores de temperatura; reacções dos materiais entre si – uns misturam-se, outros justapõem-se, outros ficam mais vidrados e outros ainda ficam mais ou menos foscos). Esta é uma obra extensa e por demais significativa no contexto da cerâmica e da arte pública nacional.