Em jarras cerâmicas Teresa Cortez molda a terracota ajustando configurações imponderáveis. As suas mãos modelam recebendo representações do mundo animal, da natureza ou, simplesmente, apresenta-nos um rosto. São formas volumétricas circulares, cilíndricas, mais ou menos ovais, quase esféricas, que hospedam, em alto-relevo, os seus residentes. São motivos florais, rosas em coração, malmequeres, bem-me-queres, adereços coloridos da natureza, rostos femininos individuais ou em grupos, com cabelos lisos, em trança, pássaros, sapos, carochas, porcos que brotam em cada vaso. Cada peça encontra a sua essência no corpo gerado pela massa, que assim define o corpóreo. Modelar cada objecto escultórico é apreender um sentido, uma fisionomia, uma aparência inscrita na matéria indagada. O vindouro, é o resultado da envolvência, do toque que amassa, metamorfoseando. A matéria orgânica, que brota do corpo terreno, atenta os nossos sentidos. A terracota, ao ser trabalhada pelas mãos da artista, ganha um valor estético como objecto escultórico. Exalta-nos para um olhar circundante, com cada volume a acompanhar o vazado de cada jarra, de cada recipiente.